Sem salários desde dezembro/2004, os funcionários do jornal Folha do Povo começaram a receber parte dos atrasados. Uma reunião na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) do Mato Grosso do Sul, no último dia 15/02, da qual participaram o Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS); funcionários da Folha do Povo; o advogado do jornal, Euder Clemente, e a chefe da Seção de Relações do Trabalho da DRT-MS, Laurete Zanuto, deu início a uma negociação para resolver o problema de atraso nos pagamentos.
Durante a reunião na DRT, o advogado Euder Clemente explicou a difícil situação da empresa e pediu compreensão dos funcionários. Ele alegou estar tentando desbloquear parte dos créditos que o jornal tem para receber, a fim de tentar minimizar o atraso nos pagamentos. Naquele momento, ele afirmou não ter outra maneira de solucionar o problema e solicitou mais um prazo para saldar a dívida.
Após o encontro ficou estabelecido que os empregados aguardariam até às 12h do dia 22 de fevereiro. Naquela data, a Folha do Povo se comprometeu a quitar os salários do mês de dezembro e o 13° salário de 2004. Caso isso não acontecesse, os funcionários entrariam em greve e protocolariam ações judiciais contra o jornal, juntamente com o Sindicato. Mas os créditos não foram feitos e os trabalhadores da redação aprovaram um indicativo de greve, em assembléia realizada no Sindjor, que seria comunicada à empresa imediatamente.
No entanto, após a assembléia, a direção do jornal acenou com a possibilidade de depositar o pagamento de dezembro, graças a um repasse de recursos oriundos de arrecadação publicitária. Com isso, os referidos salários estiveram disponíveis para os jornalistas na sexta-feira, dia 25/02. Mas alguns profissionais não receberam os valores integrais.
Segundo a direção do jornal Folha do Povo, assim que a justiça desbloquear uma conta da empresa será efetuado o depósito das outras folhas atrasadas.
O Sindicato e os funcionários aguardam o julgamento do mandado de segurança que pede o desbloqueio dos bens penhorados do jornal. Caso a ação seja indeferida, os funcionários devem iniciar a greve na redação e ingressar com recursos na justiça.
Em mensagem enviada ao presidente do sindicato, Clayton Sales, a Federação Nacional dos Jornalistas informou que já notificou o Ministério do Trabalho, em Brasília, sobre a situação da Folha do Povo.