Não restou outra alternativa para os jornalistas sergipanos. Depois da intransigência patronal, os jornalistas ingressam no Tribunal Regional do Trabalho com processo de dissídio coletivo. A decisão de recorrer ao judiciário foi tomada na noite da última terça-feira (01/03), em assembléia geral extraordinária, no auditório da Associação Sergipana de Imprensa.
"Esta ação foi motivada pela intransigência, falta de respeito e desprezo dos empresários para com os jornalistas. A classe patronal não analisou a nossa proposta, desconsiderou qualquer reivindicação e informou, de forma bastante intransigente, que não negocia com os jornalistas", afirmou Cristian Góes, presidente do Sindicato dos Jornalistas.
"Os patrões fizeram uma imposição de um índice de reajuste de 8%, e afirmaram que não querem mais conversa. Foram bem claros: "não tem negociação". Por várias vezes tentamos um acordo, mas os patrões permaneceram insensíveis", acrescentou Góes.
Os jornalistas em Sergipe têm o menor piso salarial da categoria no Brasil, apenas R$ 633,67. Em Alagoas, por exemplo, o piso salarial dos jornalistas é R$ 1.548,00.
O Sindicato fez uma proposta de reposição de 18%, o que elevaria o piso para R$ 747,73 - mas os patrões não aceitaram - só aceitam conceder um piso de R$ 684,36. O clima é de indignação entre os jornalistas sergipanos.
Além de ingressar na Justiça do Trabalho, o Sindicato preparou uma série de manifestações públicas. Ontem (06/03), foram distribuídos panfletos onde constavam os nomes dos proprietários dos veículos de comunicação em Sergipe. Entre eles, figuram inclusive políticos bastante conhecidos:
Albano Franco - TV Sergipe;
João Alves - Jornal Correio de Sergipe;
Marcos Franco - Jornal da Cidade;
Heráclito Rollemberg - Liberdade FM e TV Caju;
Walter Franco - TV Atalaia;
Antônio Bonfim - Jornal Cinform;
Adierson Monteiro - TV Cidade.
"Para o Sindicato é importante que a população saiba quem são os nossos patrões e o que eles estão fazendo com os jornalistas sergipanos. Afinal, muitos deles ou ocupam cargos públicos ou serão candidatos nas próximas eleições", explicou a direção da entidade.