A jornalista italiana Giuliana Sgrena sofreu uma tentativa de homicídio ou tudo não passou de mais uma trapalhada das forças norte-americanas no Iraque? Para obter respostas para estas e outras dúvidas que pairam sobre o nebuloso episódio, em que soldados dos EUA dispararam contra o carro que levava Sgrena para o aeroporto de Bagdá, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu uma investigação das Nações Unidas.
Para o companheiro de Sgrena, Pier Scolari, os militares dos EUA prepararam "uma emboscada" para matá-la. "Ela tinha muitas informações e os militares americanos não queriam que ela saísse viva do Iraque", disse.
Giuliana Sgrena, ao chegar na Itália, desmentiu a alegação das tropas americanas de que o carro que a levava estivesse em alta velocidade e que o motorista teria desobedecido uma ordem dos soldados dos EUA para parar. "Uma chuva de fogo caiu sobre o carro. Já havíamos passado por todos os controles e estávamos a 700 metros do terminal quando os tiros começaram. Americanos e italianos já tinham sido avisados da passagem de nosso carro", disse Giuliana.
"Nós exigimos saber a verdade sobre este caso", disse a RSF. A organização defende que a investigação não pode ser feita apenas pelo exército dos EUA e lembra o episódio do Hotel Palestina, onde dois jornalistas foram mortos, e que as investigações dos EUA inocentaram suas tropas de qualquer falha ou negligência.