Cinco jornalistas croatas solicitaram ao governo do seu país que investigue as acusações que lhes foram feitas pela Agência de Contra-Inteligência POA, visando desacreditá-los, nas reportagens em que abordavam aspectos delicados relativos a crimes de guerra.
Os repórteres ingressaram com o pedido depois que a revista semanal "Globus" publicou um documento da POA em que os jornalistas são acusados de espionar para serviços de segurança estrangeiros, visando prejudicar o governo croata e impedir a entrada do país na União Européia.
Em março de 2004, o diretor da POA, Franjo Turek, apresentou ao governo uma exposição onde se afirma que a agência manteve os referidos jornalistas sob vigilância em 2003 e 2004. O documento acusa os repórteres de espionagem, baseando-se aparentemente no fato de terem escrito sobre o fracasso das autoridades em deter os criminosos de guerra indiciados pelo Tribunal Penal Internacional.
Os cinco jornalistas acusados - e que querem ver esclarecida toda a situação - sao: Gordan Malic, da "Globus", Ivica Djikic, da revista semanal "Feral Tribune", Marijo Kavain e Ivanka Toma, do diário "Jutarnji Listi" e Zeljko Peratovic, do diário "Vjesnik". Os cinco entregaram a petição ao parlamento, ao procurador-geral e ao Conselho para a Supervisão Civil dos Serviços de Segurança.
Denunciando esta situação, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) recorda que, durante a década de 1990, o governo nacionalista HDZ deu ordens aos serviços secretos para que perseguissem os jornalistas independentes. Depois de ligeiros progressos registados a partir do ano 2000, a situação voltou a agravar-se em 2004, quando agentes da POA tentaram que a jornalista Helena Puljiz fosse informante da Agência.