A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) está à frente de um movimento para exigir o fim da violência e a liberdade de imprensa no Iraque. Lideranças de jornalistas anunciaram um programa de ação para criar um movimento unificado dos jornalistas contra a violência, para promover um jornalismo ético, genuinamente independente e contra o ciclo de manipulação política que infesta todos os veículos de comunicação iraquianos.
Desde a invasão do Iraque, há cerca de dois anos, a FIJ registrou a morte de 73 jornalistas, sendo que mais da metade dos mortos são iraquianos. "Pela primeira vez a voz autêntica e independente do jornalismo iraquiano pode ser ouvida," disse Aidan White, secretário geral da FIJ, na última quarta-feira (16/02), após uma reunião para discutir os problemas da imprensa iraquiana.
As demandas dos jornalistas iraquianos foram discutidas em reuniões realizadas em Bruxelas pela FIJ, no último fim de semana. Os jornalistas iraquianos pretendem realizar uma conferência em Bagdá, em abril, para discutir novas normas para os veículos, um código de ética e mudanças urgentes nas regras trabalhistas, consideradas escandalosas.
Os jornalistas iraquianos defendem que a qualidade da informação e a liberdade de imprensa são fundamentais para se construir um Iraque democrático. Os colegas iraquianos defendem, também, a imediata libertação dos jornalistas feitos reféns por grupos armados.
Em 08 de abril próximo, estão sendo programadas manifestações para protestar contra a impunidade na matança de jornalistas no Iraque. Todos os casos de violência, de intimidação e de matança de jornalistas devem ser investigados, independentemente e exaustivamente, reivindicarão os colegas iraquianos. A data marca o segundo aniversário do ataque dos EUA ao Hotel Palestina, em Bagdá, no qual dois jornalistas morreram. Estas são duas das 12 mortes de jornalistas provocadas por soldados dos EUA.
Para apoiar a luta da imprensa no Iraque, a FIJ planeja abrir um escritório internacional de solidariedade para jornalistas no país.