A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) apresentou nos últimos dias a autoridades brasileiras três petições relativas a assassinatos de dois jornalistas brasileiros e à agressão recentemente sofrida por Lúcio Flávio Pinto, por parte de um empresário da comunicação.
Em carta dirigida ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a SIP solicitou a investigação, no âmbito federal, do assassinato do jornalista Jorge Lourenço dos Santos, ocorrido em junho de 2004, em Santana do Ipanema, em Alagoas.
A organização hemisférica considerou que a suposta participação de políticos locais reduz as garantias, em nível estadual, de um processo judicial transparente.
A SIP baseou sua petição na emenda constitucional promulgada pelo Congresso em 8 de dezembro de 2004, sobre reformas do Poder Judiciário, a qual permite enviar ao foro federal os crimes contra direitos humanos, tais como a tortura e o extermínio. A SIP quer os assassinatos contra jornalistas incluídos nesse grupo.
Em outra carta dirigida ao secretário de Segurança Pública de Sergipe, Luis Antônio Araújo Mendonça, a SIP declarou sua preocupação pela falta de gestão das autoridades para processar o principal acusado de instigar o assassinato do radialista José Wellington Fernandes, conhecido como Zeca Cazuza.
No seu programa de rádio, o jornalista denunciava as irregularidades no governo de Canindé de São Francisco, cujo ex-prefeito, Genivaldo Galindo da Silva, foi apontado como autor intelectual do assassinato. Uma ordem de prisão por outros crimes e negligências administrativas pesam sobre Galindo da Silva. Até agora só o assassino de Wellington Fernandes foi condenado judicialmente, a 19 anos de prisão.
“O que nos preocupa é que, como em outros casos de jornalistas assassinados no exercício da sua profissão, o instigador nesse caso não responda por seus atos e apenas os intermediários e pistoleiros terminem sendo castigados”, declarou a SIP na solicitação a Araújo.
A SIP também condenou publicamente a agressão ao jornalista Lúcio Flávio de Faria Pinto, editor do jornal Pessoal, que foi agredido em 21 de janeiro de 2005 por Ronaldo Maiorama, do Jornal O Liberal, do Belém do Pará.