Todo o mundo caiu na “pegadinha” de um site islâmico, que pode ser considerada a maior "barriga" coletiva que se tem notícia. Inúmeros veículos de comunicação pelo mundo informaram, na última quarta-feira (02/02), que “um soldado norte-americano foi capturado por rebeldes no Iraque. Os seqüestradores deram um prazo de 72 horas para que todos os presos iraquianos sejam libertados, caso contrário ameaçam executar o soldado ‘John Adam’”. O texto era acompanhado de uma foto, que não passava de uma montagem. O tal soldado “John Adam” era, na verdade, um boneco conhecido por muitas crianças nos Estados Unidos, sob o nome de “Cody”.

Tudo começou quando as três principais agências de notícias do planeta distribuíram uma foto, baixada da Internet, em que se via um soldado da raça negra, sentado com uma metralhadora apontada para sua cabeça e na parede ao fundo, um texto em árabe similar ao que se costuma ver em outras fotografias de reféns capturados no Iraque. A foto foi distribuída com um texto contendo a exigência dos seqüestradores.
A foto e a matéria sobre o soldado correram o mundo e foram divulgadas por inúmeros veículos, inclusive vários brasileiros. O Jornal Nacional, da TV Globo, também caiu como um patinho na “pegadinha”, mas teve a companhia de inúmeros telejornais, principalmente na Europa.

O "seqüestro" foi divulgado pelo site islâmico www.baghdadalrashid.com e enganou importantes veículos de comunicação, além das principais agências de notícias, as primeiras a “comerem a enorme bola”.
A explicação geral de editores pelo mundo tem sido a de que quando se chega uma informação urgente das agências é necessário dar a notícia, ainda mais quando ela é informada por várias agências simultaneamente.
A "barriga" começou a se formar quando um representante da empresa fabricante do boneco viu uma enorme semelhança entre o tal soldado John Adam e o produto que fabricam. Em seguida, o Pentágono afirmou que nenhum de seus soldados no Iraque estava desaparecido.
A CNN não divulgou a informação e se safou. O canal informou que não divulga este tipo de informação, sem que tenha sido avaliada por alguma instituição de peso.
A primeira agência a enviar a foto foi a agência AP. Minutos; depois as outras agências passaram a informação do seqüestro. A rede de TV Al Jazira também caiu na pegadinha do boneco Cody. Horas depois teve que retificar a informação. Muitos jornais não publicaram a foto, simplesmente porque ela chegou após o fechamento e outros conseguiram retirá-la antes que toda a edição fosse impressa.
Além dos veículos que tiveram que retificar as informações, as agências de notícias pediram desculpas por terem provocado a maior "barriga" coletiva que se tem notícia.