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26/01/2005
Nota do Sindicato do Pará provoca reações
 

"A nota do Sindicato dos Jornalistas doeu mais em mim do que as pancadas que recebi". Esta foi a reação do jornalista Lúcio Flávio Pinto à nota de solidariedade do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Pará (Sinjor-PA) sobre a agressão que ele sofreu. Lúcio Flávio já foi vice-presidente e presidente do Sindicato dos Jornalistas do Pará.

A nota do Sindicato intitulada de "Pela Liberdade de Expressão" foi divulgada no último sábado (22/01), e desagradou o próprio Lúcio Flávio, o jornal "Diário do Pará" e vários jornalistas. 

Veja a íntegra da nota do Sindicato:

Pela Liberdade de Expressão

"A violência cometida contra o editor do Jornal Pessoal, Lúcio Flávio Pinto, ex-associado do Sinjor, pelo diretor redator corporativo do jornal O Liberal, Ronaldo Maiorana, não é, infelizmente, um caso isolado. A comprovação está nos números divulgados regularmente por organizações nacionais, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), e internacionais, a exemplo dos Repórteres Sem Fronteiras. Em todos os casos, assim como a violência física, também choca a sociedade e, em especial, as entidades ligadas à categoria, a violência contra a liberdade de imprensa e a livre expressão do pensamento, que permeiam as agressões ocorridas.
 
Esses casos, no entanto, são apenas a ponta mais visível de uma situação de violência que atinge todos os jornalistas profissionais paraenses e que o Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor), como entidade representativa dos direitos destes profissionais, vem a público denunciar, condenar e lamentar.
 
Não é de hoje que os jornalistas vêm sofrendo violências pelos veículos de comunicação paraenses. E esta é uma situação que precisa ser apresentada para toda a sociedade. Os jornalistas paraenses sofrem violências diárias. A violência dos baixos salários. A violência do desrespeito aos direitos trabalhistas. A violência das precárias condições de trabalho. A violência do trabalho sem carteira assinada e, principalmente, a violência da submissão do fato jornalístico aos interesses comerciais e políticos dos donos de jornais.
Diante desta realidade, o cidadão, leitor dos jornais e receptor das notícias veiculadas por emissoras de TV e rádio do Pará, também é vítima de violência. O leitor é vítima porque é lesado no seu direito de ter acesso a uma informação de qualidade, balizada nos princípios éticos que regem a profissão de Jornalista.
 
Conclamamos a população a juntar-se aos jornalistas em busca de uma verdadeira liberdade de imprensa. Vamos lutar para acabar com a cultura de os donos de veículos de comunicação pensarem e agirem como se pudessem tudo. Inclusive restringir a liberdade de ação sindical, como acontece nas empresas do grupo Diário do Pará e em outras empresas de comunicação. Há mais de um ano, por exemplo, notícias referentes ao Sinjor-PA são proibidas de veiculação no grupo RBA, da mesma forma, os diretores do Sindicato dos Jornalistas são impedidos de entrar na empresa.

A Diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará"


A Nota provocou a seguinte resposta de Lúcio Flávio:

Um golpe no casco, outro na ferradura

"Quando Rosângela Maiorana Kzan iniciou cinco ações na justiça para tentar me intimidar e calar, em 1992/93, este Sinjor publicou uma nota oficial me apoiando. Por trás de vírgulas e travessões, a moral da nota era mais ou menos a seguinte: talvez Rosângela tenha razão, mas, como jornalistas, temos que apoiar nosso companheiro; afinal, somos uma corporação.

Indignado, voei na mesma hora para o sindicato. O então presidente, Antônio José Soares, não estava na sede do sindicato para receber de viva voz minha indignação com aquela nota sórdida. Mas de imediato me desliguei do Sindicato, ao qual nunca mais voltei a me vincular. Prefiro enfrentar inimigos abertos do que "amigos" camuflados, muy amigos.

Fui presidente e vice-presidente deste sindicato, não só seu associado. Ter sido presidente e vice-presidente em nada me distingue dos demais companheiros, mas mostra que dediquei trabalho voluntário à classe e à causa. É informação a ser referida quando ela se torna necessária.

A nota que agora recebo podia deixar de lado as demais misérias do jornalismo, mundial, nacional e local, que tanto conhecemos e padecemos. Podia deixar todos os demais eventos, inclusive os de natureza sindical. Havia gravidade bastante no episódio que me atingiu para que a direção do sindicato tratasse exclusivamente do meu caso, ainda que contextualizando-o, como era dever de seu ofício e de sua consciência. Mas o episódio de covarde e grave agressão de que fui vítima serviu apenas de mote, de gancho, de lide para um discurso moral e ético correto, mas inadequado, inconveniente, tergiversador, melífluo, oportunista. Porque desvia os leitores da nota do significado mais profundo - e, em grande medida, inédito - da agressão que um jornalista, diretor de jornal, dirigente político, advogado e dono da mais poderosa corporação de comunicação acima da Bahia cometeu ontem (21 de janeiro), exatamente ontem, contra outro jornalista. Nos tempos da ditadura apanhávamos de policiais, agentes da repressão, inimigos. Hoje, apanhamos dos supostamente amigos. Os que agridem com socos e pontapés. E os que agridem com palavras oportunistas, que machucam tanto - ou mais. Dispenso a nota. Jogo-a no lixo. Quero aliados, preciso agonicamente deles, urgentemente, mas não de Judas.

Infelizmente, já não me resta o conforto de poder me desligar deste sindicato, ao qual servi com meus modestos préstimos nos ainda terríveis anos 70 do século passado, porque a ele não mais voltei - e jamais voltarei enquanto não houver dirigentes capazes de enfrentar atos de violência de frente, com clareza, coragem e lealdade, não com um golpe no casco e outro na ferradura.

Lúcio Flávio Pinto"

O "Diário do Pará" também respondeu ao Sindicato com a seguinte Nota da Redação, publicada na edição de hoje (26/01):

Mentiras convenientes

"As acusações da diretoria do Sinjor contra este jornal são mentirosas. Nos últimos dias quatro e cinco deste mês, o DIÁRIO - e apenas o DIÁRIO - publicou matérias sobre a aprovação do projeto de reestruturação da Fundação de Telecomunicações do Pará (Funtelpa), pela Assembléia Legislativa, nas quais a presidente do Sinjor, Carmen Silva, expressou as posições de sua diretoria com relação ao tema, inclusive com foto da dirigente sindical publicada em três colunas de página. Em julho passado, durante as eleições para a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Carmen Silva e a diretora Cláudia Melo também estiveram na redação do DIÁRIO para apresentar o candidato Sérgio Murillo, da chapa que apoiavam e integravam. Não procede, portanto, a acusação de cerceamento das atividades sindicais neste jornal e nas empresas da RBA."

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