A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) divulgou nesta terça-feira o seu relatório anual. A FIJ informou que 129 jornalistas foram mortos no exercício da profissão em 2004, um ano escuro e mortal para os jornalistas. A Federação criticou a impunidade e a forma como são feitas as investigações dos assassinatos.
"São os números que temos por enquanto, mas provavelmente aumentará ao longo deste ano à medida que nossos membros tiverem acesso a mais informações em seus países", disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White.
Para a Federação, os governos devem fazer um exame sério de suas responsabilidades na investigação da matança registrada. "Atrás de cada morte trágica há uma história de intimidação. A violência contra os jornalistas está sendo realizada em uma escala nunca vista antes," afirmou White.
Na entrevista coletiva para apresentação do relatório sobraram críticas para os Estados Unidos, Ucrânia e Filipinas. O assassinato de dois jornalistas por tropas norte-americanas no Iraque, no Hotel Palestine, em abril de 2003, foi considerado um exemplo trágico. As investigações não apontaram falhas nem culpados. "É a negação da justiça em uma escala chocante", afirmou o secretário geral da FIJ.
Cerca de 30 mil euros foram doados pelo Fundo Internacional de Segurança da FIJ às vitimas de violência e suas famílias. "Esta é uma solidariedade real do jornalista para o jornalista e nós vamos necessitar muito mais dela nos próximos anos", previu White. As doações para o Fundo são feitas na conta: IFJ Safety Fund, a/c BE64 2100 7857 0052, Fortis Bank, Rond Point Schuman 10, 1040 Brussels, Belgium.
A FIJ anunciou que o Instituto de Segurança Internacional (INSI), abriu escritórios na América Latina e na África. Em breve serão inaugurados outros na Ásia e no Oriente Médio. O INSI é uma resposta à crise de segurança. É um esforço que envolve organizações e jornalistas para reduzir os riscos que nós enfrentamos e aplicar uma pressão sobre governos para que cumpram com suas responsabilidades.