O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, deverá reunir terça-feira (14/12), os líderes da base aliada e da oposição para decidir se haverá mesmo a prorrogação dos trabalhos da Casa até o próximo dia 23 e, em caso positivo, definir a lista de proposições que entrarão na pauta, ao lado da Lei de Falências. Como hoje é segunda-feira, nem todos os líderes retornaram de seus Estados, o que inviabilizou a discussão.
A definição sobre a inclusão ou não do projeto do Conselho na pauta de votações deverá ser anunciada após a reunião. Hoje (13/12), foi um dia de intensa movimentação das lideranças sindicais dos jornalistas. Além de conversar com parlamentares e integrantes do governo Lula, a diretoria da FENAJ emitiu uma nota oficial denunciando acordo realizado entre as lideranças do governo e da oposição que prevê a votação do projeto do CFJ em caráter de urgência.
Veja abaixo a Nota Oficial da FENAJ:
Urgência para a democracia
"A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), diante de informações de que a votação em regime de urgência para a rejeição do PL 3985/04 - que cria o CFJ - teria sido objeto de acordo de lideranças para a retomada da pauta de votações na Câmara dos Deputados, dirige-se aos parlamentares e a sociedade para reivindicar a atenção e o debate democrático que tal Projeto merece.
Ao contrário do que muitas vozes a serviço dos interesses dos empresários de comunicação apontam, a proposta de criação do Conselho Federal dos Jornalistas zela pelos interesses públicos, pela liberdade de imprensa, pela melhoria da qualidade de informação e pela valorização profissional dos jornalistas.
Sepultar tal projeto sumariamente, negando a possibilidade de debate e do seu trâmite processual regular, é negar o sentido e a função do parlamento - espaço institucional de debate dos anseios da sociedade e de elaboração legislativa em benefício da mesma.
A FENAJ reivindica a discussão pública sobre o CFJ dentro do Congresso Nacional, a exemplo do que vem promovendo junto à sociedade desde o encaminhamento do Projeto há quatro meses. Nosso esforço traduziu-se em audiências públicas, sessões especiais em Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais, faculdades, entre outros, com participação de milhares de pessoas. Desmistificando os argumentos falaciosos daqueles que desde o início se contrapuseram ao Projeto e esclarecendo a sociedade, conquistamos muitos apoios, dentre os quais o da OAB nacional e do "Conselhão", que reúne todos os Conselhos profissionais do País, além de dezenas de parlamentares com os quais tivemos a possibilidade de fazer contato direto.
O esforço de ampliar o debate para toda a sociedade resultou em importantes contribuições ao projeto de lei. Com base nestas contribuições, o Conselho de Representantes dos Sindicatos junto à FENAJ, reunido no dia 13 de novembro de 2004, em Brasília, aprovou uma proposta de alteração no projeto de lei, para que não haja dúvidas sobre o caráter democrático e plural do CFJ.
A FENAJ questiona a isenção do relator indicado pela Câmara, deputado Nelson Proença (PPS/RS). Proprietário de rádios, em seu relatório, produzido a toque de caixa, considera "incabível a adoção de um código de ética para os jornalistas", indo na contramão de todos os países democráticos do mundo. Denuncia também o forte lobby patronal para sabotar e impedir o debate e boicotar a regulamentação profissional dos jornalistas. Na defesa do exercício profissional do jornalismo com liberdade, ética e qualidade, a FENAJ e os Sindicatos reiteram sua expectativa de que cada parlamentar e o Congresso Nacional cumpram seu papel de apreciação democrática do Projeto do CFJ.
A diretoria da FENAJ"