A organização Repórteres Sem Fronteiras divulgou hoje (16) um manifesto em que afirma estar "extremamente desiludida" com o relatório do inquérito do exército norte-americano sobre o ataque contra o Hotel Palestine, no Iraque, ocorrido em 08 de abril de 2003, que causou a morte de dois jornalistas e feriu outros três. A organização teve acesso ao relatório que conclui que "nenhuma falta ou negligência foi cometida pelas forças de coalizão".
Em um inquérito independente, publicado em janeiro de 2004, Repórteres Sem Fronteiras afirmou que a causa das mortes dos jornalistas foi a ignorância dos militares sobre a presença da imprensa internacional no hotel. O inquérito mostrou que o ataque poderia ter sido evitado, caso os soldados da companhia blindada A 4-64 tivessem sido informados, como estavam os responsáveis do Pentágono e o comando do exército, da presença da imprensa.
RSF concluiu que não foi um ataque deliberado contra a imprensa, mas afirma que o exército norte-americano deveria retomar as investigações para saber em qual nível da cadeia de comando a informação da presença dos jornalistas parou, não sendo repassada para o batalhão que atacou o Hotel Palestine.
Segundo a RSF, as investigações não forneceram nenhuma resposta sobre a atitude do comando norte-americano, nem sobre a razão pela qual a informação não foi transmitida aos soldados. No ataque morreram os jornalistas José Couso, da Telecinco e Taras Protsyuk da Reuters.