O jornalista e escritor alemão Günter Wallraff concede entrevista coletiva em Florianópolis (SC), aberta a todos os veículos de comunicação, na próxima terça-feira, 16 de novembro, às 15 horas, no Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina. E às 19 horas, no auditório da Reitoria da UFSC, com entrada franca, profere palestra sobre a atividade profissional, métodos de investigação jornalística e reportagem, gênero que o consagrou perante o público europeu e em dezenas de países para os quais teve obras traduzidas.
Há 40 anos na profissão e pela primeira vez no Brasil, Wallraff é autor de, entre outros, os livros "O Jornalista Indesejável", "Cabeça de Turco" e "Fábrica de Mentiras". O ponto de partida para suas investigações é viver uma situação para depois contar. Segundo ele, "quem vive e sente alguma coisa em sua própria carne tira conclusões muito mais rápidas e decisivas do que se apenas tivesse escutado ou lido informação a respeito".
Em sua experiência profissional, Wallraff se fez passar por várias pessoas. Internou-se em clínica para pessoas com problemas mentais; acorrentou-se, como militante político, em praça de Atenas para denunciar a então ditadura grega; viveu a experiência de jornalista "almofadinha" no jornal Bild para denunciar os métodos de manipulação e extorsão praticados pelo jornal (virou o livro Fábrica de Mentiras, traduzido no Brasil); e simulou a condição de imigrante turco na então Alemanha Ocidental para denunciar os maus tratos e a jornada de trabalho de 16 a 24 horas imposta aos subempregados (virou o livro cabeça de Turco, também traduzido aqui).
Para Wallraff, a experiência no Bild, tablóide sensacionalsita alemão, demonstrou que o jornal utiliza "o cinismo, a mentira e a falta de respeito com o semelhante da forma mais absoluta possível". Com "Cabeça de Turco", Wallraff se tornou um dos escritores alemães mais lidos do pós-guerra. Considerado por muitos o livro que deu início ao jornalismo investigativo na Alemanha, o trabalho iniciou em 1983 com o anúncio "Estrangeiro forte procura emprego. Pode ser trabalho pesado, sujo e mal pago".
Ao longo de sua vida profissional, Wallraff ganhou vários prêmios, foi detido e preso várias vezes e sofreu incontáveis processos judiciais, dos quais geralmente saiu vitorioso. A promoção é do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras e Curso de Jornalismo da UFSC, do Instituto Goethe de Porto Alegre, da Cátedra FENAJ/UFSC de Jornalismo para a Cidadania e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina.
Mais informações com o Profº Francisco José Karam (Curso de Jornalismo /UFSC) pelo e-mail: fjkaram@terra.com.br e Profº Werner (Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras/UFSC) no e-mail: werner@cce.ufsc.br