Logo após o período de estabilidade assegurada na Convenção Coletiva de Trabalho, uma onda de demissões atinge redações de jornais cearenses.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará lamenta a demissão, sem justa causa, de companheiros do jornal Diário do Nordeste. Foram seis profissionais afastados do quadro da empresa, com o agravante de que um dos jornalistas, portador de Lesão por Esforço Repetitivo (LER), doença relacionada entre as que mais afetam jornalistas e digitadores, não pode ser demitido enquanto perdurar o problema e até um ano após a alta médica atestada pela Previdência Social.
Demissões sem justa causa também alcançaram o jornal O Estado e se anunciam no O POVO, logo após o período de estabilidade profissional assegurado pela 45ª cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho, assinada no dia 23 de setembro pelos sindicatos patronal e laboral.
Sobre os repórteres fotográficos, prenuncia-se um corte nos vencimentos da ordem de 40%, referente ao aluguel dos equipamentos. O Diário do Nordeste pretende substituir os equipamentos de propriedade dos fotógrafos por máquinas digitais, adquiridas pela empresa. Com relação a esse corte, há o compromisso de que os afetados terão, em contrapartida, 20% (a metade) do que era pago a título de aluguel, como incorporação salarial.
O Sindicato dos Jornalistas do Ceará tem recebido reiteradas denúncias da presença de estudantes dos cursos de jornalismo nas redações locais, sem o necessário acompanhamento de docentes, o que deixa patente o desrespeito à legislação. O estágio curricular acompanhado, para os acadêmicos dos últimos semestres, não pode ser confundido com trabalho de profissional legalmente habilitado para o exercício da atividade jornalística.
Fonte: Sindjorce