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18/10/2004
Fotos mostram Vladimir Herzog vivo no Doi-Codi-SP
 

Era noite de 24 de outubro de 1975, última vez que Vlado foi visto com vida. Há poucos dias de serem completados 29 anos da morte de Vladimir Herzog e da cerimônia de entrega do Prêmio que leva seu nome, foram divulgadas imagens que mostram o jornalista nu e com as mãos no rosto. "É ele mesmo. É o Vlado". "É horrível vê-lo assim", afirmou a viúva do jornalista, Clarice, quando viu as imagens.

As duas fotos inéditas, nas quais o jornalista Vladimir Herzog é retratado vivo nas dependências do Doi-Codi, em São Paulo, foram publicadas na edição de domingo do jornal "Correio Braziliense". Vlado, como era conhecido pelos familiares e amigos, aparece sentado sobre o estrado de uma cama, nu, só com relógio no braço direito e com as mãos no rosto. As fotos foram entregues pelo ex-cabo do Exército José Alves Firmino à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

Prêmio

Este ano, além da entrega do XXVI Prêmio Vladimir Herzog, dia 25 de outubro, às 19h30, no Parlatino (Rua Auro Soares de Moura Andrade, 564 - Barra Funda - São Paulo), o Sindicato dos Jornalistas está articulando com diversas faculdades de jornalismo a realização da "Semana Vladimir Herzog". O objetivo é não apenas debater a importância de Vlado na luta pela redemocratização do País, mas também discutir o papel do jornalista enquanto um dos principais agentes a serviço da sociedade e das transformações necessárias para que os direitos humanos sejam respeitados. A comissão julgadora já começou a avaliar os 299 trabalhos inscritos nas 10 categorias, número que bateu todos os recordes registrados nas edições anteriores.

História

O jornalista Vladimir Herzog, iugoslavo naturalizado brasileiro, havia acabado de fechar a edição noturna do telejornal na TV Cultura - emissora na qual era diretor do Departamento de Jornalismo - quando dois agentes da ditadura militar entraram na redação e lhe deram voz de prisão. Companheiros de Vlado, como Herzog era mais conhecido, convenceram os agentes a não prendê-lo. Como não tinha nada a temer, o jornalista combinou que prestaria esclarecimentos na sede do DOI-CODI na manhã seguinte. Era noite de 24 de outubro de 1975, última vez que Vlado foi visto com vida. No dia seguinte, seu corpo foi apresentado à imprensa pendurado na grade de uma cela - mais baixa que a altura do jornalista -, numa tentativa primária dos militares para simular um enforcamento. A versão oficial na época foi de suicídio. Na verdade, Herzog foi torturado e assassinado. No dia 31, um culto ecumênico em sua memória foi celebrado na Catedral da Sé, com mais de 8.000 pessoas presentes. Outras milhares de pessoas não conseguiram chegar, impedidas pelas 385 barreiras policiais armadas nas principais vias de acesso da capital. Para os militares, tão afeitos às armas e à violência, o tiro saiu pela culatra, já que a morte de Vladimir Herzog foi o estopim do processo de redemocratização do Brasil.

Estímulo à coragem

Em 1978 foi criado, por iniciativa do Comitê Brasileiro de Anistia, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, da Comissão de Justiça e Paz da Cúria Metropolitana/SP, em união com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog pela Anistia e Direitos Humanos. A iniciativa visava estimular, numa época de censura ferrenha, a produção jornalística de matérias que denunciassem desrespeito aos Direitos Humanos e perseguição àqueles que lutavam pela democratização do pais. Por ter apoio da sociedade civil, os jornalistas se sentiam mais protegidos para realizar esse tipo de reportagem. Nascia, assim, o principal prêmio em Direitos Humanos para jornalistas no País. Em suas primeiras edições eram premiados também jornalistas de países latino-americanos que sofriam os mesmos problemas políticos na época. Com a redemocratização desses países, cerca de oito anos depois, a premiação se concentrou nas matérias publicadas em território nacional.

Memória Viva

Sem promoção direta de empresas, instituições ou segmentos jornalísticos, o Prêmio Vladmir Herzog difere em muito das premiações similares, já que sua imagem é ligada exclusivamente a um homem e profissional de inestimável valor, cidadão que de fato trabalhou, lutou e morreu pela volta da democracia no País. Nesse sentido, o prêmio oferecido aos jornalistas vencedores, além da estatueta com o perfil de Herzog criada pelo artista plástico Elifas Andreatto, é o prestígio profissional, moeda de valor imensurável.

Ao longo dos anos, profissionais como Carlos Dornelles, Chico Pinheiro, Carlos Tramontina, Caco Barcelos, Cláudio de Oliveira, Florestan Fernandes Júnior, entre inúmeros outros, já foram agraciados com o Herzog. Mesmo em tempos democráticos nos quais a imprensa dispõe de suficiente liberdade para trabalhar, o Prêmio ganha ainda mais força e responsabilidade, já que premia os jornalistas defensores da cidadania contra todo tipo de tortura e exclusão social, batalhadores dos direitos à moradia, educação e saúde.

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