A Federação Nacional de Jornalistas enviou carta ao jornalista Larry Rohter com esclarecimentos sobre o Conselho Federal de Jornalismo. Em 06/09, o correspondente americano publicou matéria no jornal The New York Times, na qual faz críticas ao projeto.
Leia o texto da carta na íntegra:
Prezado Jornalista Larry Rohter,
Em nome da Direção Executiva da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) venho lhe prestar alguns esclarecimentos sobre o projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo.
Em primeiro lugar, trata-se de uma proposta da entidade máxima de representação dos jornalistas brasileiros, aprovada em congressos nacionais da categoria. O texto foi apresentado pelo Executivo, a nosso pedido, pois trata-se de matéria de competência exclusiva desse Poder. O projeto está no Legislativo, para ser aperfeiçoado através de emendas dos parlamentares e sugestões de toda a sociedade.
O que queremos com a criação desse órgão é o poder dos próprios jornalistas cuidarem de seus registros profissionais e da fiscalização da legislação que regulamenta nossa profissão. Hoje, esse papel é desempenhado pelo governo, através do Ministério do Trabalho.
Queremos também que nosso Código de Ética seja respeitado como norma legal, válida para todos os profissionais, pois acreditamos que nenhuma profissão está acima das leis, e deve prestar contas à sociedade.
A Fenaj tem 58 anos de existência e foi uma das entidades da sociedade civil brasileira que mais lutou contra a censura e pela democratização da comunicação no país. De forma alguma pretende-se cercear o trabalho da imprensa, o que se quer é fiscalizar o exercício da profissão, para garantir mais ética no nosso trabalho e consequentemente mais qualidade na informação que a sociedade recebe. Aliás, a Comissão de Ética do futuro Conselho Federal de Jornalismo, será composta por jornalistas e membros da sociedade civil, para garantir uma avaliação sem corporativismo dos eventuais problemas.
Esperando que tenha contribuído para suas reflexões, colocamo-nos à disposição, como autores da proposta, para sua próxima matéria. Aliás, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ainda não é uma norma legal, recomenda aos jornalistas que, quando se tratar de assunto contraditório, todos os lados envolvidos devem ser ouvidos. No seu país, também é assim?
Aloísio Lopes
Primeiro Secretário da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ.