Se o jornalista norte-americano Larry Rohter queria se vingar do governo Lula, pelo episódio de sua expulsão, não se sabe. Mas, que seu artigo publicado no The New York Times provocou um tremendo estrago à imagem do governo brasileiro,  não se tem dúvida. O artigo de Rohter, como se não bastasse ter sido publicado no NYT, ainda está sendo reproduzido em inúmeros veículos pelo mundo. Seja por veículos associados ao jornal para o qual ele trabalha, seja por publicações voltadas especificamente para os jornalistas.

Hoje, o conceituado Periodista Digital reproduz o artigo de Rohter. Um dos visitantes do noticiário autodenominado "O Jornal dos Jornais" postou um comentário dizendo que "Lula mostra a sua alma totalitária" e lembra que ele é um alcoólatra. Rohter deve estar feliz da vida. Afinal, o "alcoólatra" que quis expulsá-lo do Brasil é hoje um dos principais inimigos da liberdade de imprensa no mundo.

Alguns dirigentes da FENAJ já tinham sido alertados que estava prestes a começar uma campanha internacional contra o Conselho Federal de Jornalismo. Parece que ela já começou!

O governo Lula errou grosseiramente ao tentar expulsar Rohter. O presidente deveria, isto sim, era ter expulso de seu governo quem lhe sugeriu esta estapafúrdia medida ou, no mínimo, não lhes dar mais ouvidos. Afinal, o episódio foi uma asneira imensurável, que parece ainda render frutos. O artigo de Rohter, na época, recebeu severas críticas de todos os expoentes políticos. Agora, sem mencionar o episódio, Rohter dá uma espécie de troco e parece dizer nas entrelinhas: Viram quem é o inimigo da liberdade de imprensa que quis me expulsar? O cara parece que bebe, né?!

O recente texto de Rohter parece repetir os vícios da polêmica matéria sobre as "bebedeiras de Lula". Como muito bem contestou Ricardo Kotscho, Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República, em carta ao NYT, "Rohter omite o fato de que o pedido formal para a criação do Conselho Federal de Jornalistas foi feito ao Sr. Presidente em audiência pública, no último mês de abril, conforme publicado pela imprensa brasileira na época, pela Federação Nacional dos Jornalistas e pelos Sindicatos de Jornalistas".

Kotscho lembra ainda, que a matéria não só deixa de informar ao leitor do NYT sobre quais foram os verdadeiros proponentes do projeto, como sequer menciona a existência da Federação Nacional dos Jornalistas, além de não ouvir nenhum dirigente da entidade. "Ele limitou-se a reproduzir declarações de pessoas que se opõem ao projeto, já publicadas anteriormente pela imprensa brasileira", afirmou.

Uma coisa é certa: não é possível prever o que acontecerá com o Conselho Federal de Jornalismo, mas que ele já é conhecido mundialmente, isto ele já o é. Deu até no NYT!