O XXXI Congresso Nacional dos Jornalistas aprovou tese apresentada pelos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo que aborda a questão racial e a discriminação do jornalista negro no mercado de trabalho. A decisão considerada histórica, defende o apoio e execução de políticas e ações afirmativas, incluindo a defesa de instituição de cotas para jornalistas negros nas empresas de comunicação.
"A importância desta decisão do Congresso foi trazer para a nossa categoria a discussão e reflexão sobre a temática da discriminação racial e racismo existente na sociedade brasileira e também nas redações", afirmou a delegada do RS, Vera Daisy Barcellos.
Entre as proposições aprovadas está também a recomendação para que todos os Sindicatos dos Jornalistas criem e implementem instâncias organizativas (núcleos, comissões, departamentos e outras formas que venham a surgir) com a finalidade de propor políticas de combate ao racismo e à promoção da igualdade racial.
A tese aprovada foi desenvolvida pelo Núcleo de Comunicadores Afro-brasileiros do Rio Grande do Sul e Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato do Município do Rio de Janeiro e do Estado de São Paulo.
A tese gerou polêmica no Congresso, ao propor a instituição de cotas para os jornalistas negros nas redações. Apesar da tese ter sido em sua maior parte aprovada por unanimidade, a instituição das cotas recebeu vários votos contrários, mas foi aprovada por ampla maioria.
Diante da aprovação da tese, os Sindicatos dos Jornalistas deverão propor às entidades patronais cláusulas que garantam a contratação de profissionais negros nas empresas de comunicação.