A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da cidade de Americana, localizada no interior do Estado de São Paulo, prendeu em flagrante, na última sexta-feira, o dono do semanário Gazeta de Hortolândia e um repórter acusados de extorquir o pré-candidato a prefeito de Hortolândia, Renato Neto Cardoso (PSDB). O jornal circula há dois meses e vai às bancas somente aos sábados. Cleiton Paixão dos Santos, 22 e Douglas Henrique de Souza, 26 teriam pedido R$ 1 milhão para não publicar um dossiê que prejudicaria a candidatura do tucano.
O valor chegou a caiu para R$ 100 mil e poderia ser pago em três parcelas. O encontro no escritório político do candidato - para a troca dos documentos pelo dinheiro - foi gravada e acompanhada à distância por investigadores da polícia civil que deram voz de prisão à dupla. Cardoso havia procurado a Delegacia Seccional se queixando de ameaças e foi aconselhado a negociar.
Além de instalar um sistema de vídeo e áudio, no escritório do político, todas as cédulas de R$ 50 foram fotocopiadas. Eles foram autuados em flagrante por extorsão, crime inafiançável e que pode levar a pena de quatro a dez anos de prisão.
Os dois acusados alegaram que estavam fazendo uma reportagem e que, depois de "negociar" com Cardoso, iriam apresentar o dinheiro ao delegado do município, para então publicar a reportagem de que Cardoso teria tentado "comprá-los". "Mas somos inexperientes e caímos como patinhos", disseram.
O dossiê é formado por cópias de notas fiscais e empenho da prefeitura de Hortolândia que já são arroladas em uma investigação conduzida pelo Ministério Público, segundo informou a Agência Estado.