Lamentamos informar a morte cerebral do repórter cinematográfico Santiago Ilídio de Andrade, da TV Bandeirantes, que foi atingido na cabeça por um rojão enquanto cobria protesto contra o aumento das passagens de ônibus na cidade do Rio de Janeiro. Internado desde a última quinta-feira (06/02), após passar por uma cirurgia, ele resistiu em estado grave até o início da tarde de hoje.
Santiago Andrade trabalhava na Rede Bandeirantes há 10 anos, tendo em seu currículo dois prêmios Mobilidade Urbana por sua cobertura jornalística dos problemas no transporte público do Rio de Janeiro. Faleceu aos 49 anos, deixando esposa, filha e três enteados.
Santiago é mais uma vítima da truculência e da selvageria que tomam conta das manifestações populares no Brasil. Os jornalistas quando não são atacados e feridos pelas polícias, o são por manifestantes. Um cenário lamentável que cobra da sociedade uma profunda reflexão.

Em 2013 foram mais de cem agressões registradas contra jornalistas, somente durante o chamado Movimento de Junho. Neste início de 2014 já são três casos de jornalistas agredidos em coberturas de manifestações. No ano passado, o repórter fotográfico Sérgio Silva perdeu a visão de um olho após ser atingido por uma bala de borracha disparada por um policial militar em São Paulo.
O sagrado direito de manifestação da população hora é vítima da truculência policial, hora da selvageria de manifestantes que alegam agir assim para "proteger" a população da truculência policial. Por força do ofício, o jornalista fica em meio ao fogo cruzado e hostilizado pelos dois lados. E, por muitas vezes, acaba junto com a democracia levando a pior.