Segundo informações do jornal A Tribuna de Santos (SP), onde o repórter-fotográfico Paulo Jorge de Freitas trabalhou por 27 anos, a morte dele teria ocorrido por asfixia mecânica mediante esganadura. Foi afastada a suspeita de que Paulo poderia ter sido jogado, ainda com vida, na vala onde o seu corpo foi achado submerso, na quinta-feira à noite, em Itanhaém (SP).
O ex-detento Ronaldo da Silva, de 38 anos, confessou que esganou o fotógrafo. O exame necroscópico confirma que a violência empregada pelo acusado no assassinato foi tanta que a vítima sofreu fratura do hioide – osso situado na parte anterior (frontal) do pescoço e abaixo do maxilar inferior, cuja função é suportar a musculatura na base da língua.
Responsável pelo inquérito do caso, o delegado Douglas Borguez, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itanhaém, disse ontem que a constatação do laudo do legista reforça a condição de crime hediondo. A seu pedido, a Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias do acusado, que já cumpriu pena por roubo e é usuário de drogas. Nesse período, Borguez espera receber os laudos periciais e necroscópico, concluir o inquérito e requerer a prisão preventiva do acusado. Se houver necessidade, ele poderá pedir a prorrogação da prisão temporária por mais 30 dias. Por enquanto, Ronaldo está na carceragem da Polícia Civil em Itanhaém.
Ronaldo foi capturado no final da tarde de quinta-feira, após tentar vender a câmera fotográfica profissional da vítima em “biqueiras” (pontos de tráfico) de Peruíbe. “Mas ninguém quis comprar por causa da repercussão do crime, e ele alegou ter jogado o equipamento em local que não soube indicar”, informou a Polícia Civil. A suposta participação de mais um homem no crime está praticamente descartada.
Freitas e Ronaldo se conheceram no dia do homicídio num bar onde havia um pagode, perto da Estrada do Rio Preto, em Itanhaém (SP). Conhecida do fotógrafo, a irmã do acusado foi quem o apresentou à vítima. Segundo a polícia, após esganar o fotógrafo dentro do Ford Fiesta da própria vítima, Ronaldo dirigiu o carro por dois quilômetros com o corpo de Freitas. E o desovou na vala, às margens do Km 335 da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, em Itanhaém. O homicídio ocorreu sábado à noite. O veículo, abandonado, foi achado sem o estepe e o aparelho de som, na terça-feira, em Mongaguá (SP).
Fonte: A Tribuna de Santos