Acordo fechado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na tarde da última segunda-feira (12 de agosto) garantiu 2,5 salários de indenização e seis meses de manutenção do convênio médico aos 71 demitidos da editora Abril em 1º de agosto. Além dessas reparações, o acordo prevê que qualquer jornalista que for demitido pela editora até o dia 31 de dezembro deste ano terá direito aos mesmos benefícios. Os jornalistas presentes no Tribunal, cerca de 1/3 dos demitidos, aceitaram a proposta ao final de três horas de tensa negociação.
Na discussão sobre o valor da indenização aos demitidos, o Sindicato e os jornalistas partiram da proposta veiculada pela própria Abril, que foi considerada discriminatória, pois privilegiava os maiores salários em detrimento da maioria. A empresa ofereceu até 7 salários para quem possuía cargo executivo mas não propunha nenhum centavo a mais para 31 jornalistas (43,7% do grupo). Além disso, apenas 8 teriam possibilidade de ganhar mais de 4 salários (os números precisos não foram divulgados pela empresa).

A proposta do Sindicato foi, simplesmente, a de que todos deveriam ganhar, no mínimo, quatro salários. A empresa foi levada então a propor dois salários a todos, e, depois de muita pressão, chegou a 2,5 salários. Uma última tentativa de negociar três salários para 11 trabalhadores que estavam na Abril por mais de dez anos não foi aceita pela empresa.
No final, os jornalistas presentes aprovaram o acordo, resultado de uma mobilização vitoriosa. Não se conseguiu barrar as demissões, mas a luta sindical avançou. O acordo foi o resultado de duas semanas de mobilização, iniciada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) logo que soube das demissões.
“Desde já, o Sindicato se coloca à disposição de todos os demitidos para prosseguir na ação em defesa de seus direitos, inclusive judicialmente”, afirmou o presidente da entidade, Guto Camargo.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo