Iniciada às 16 horas, a manifestação "Carnaval sem Reajuste" entrou pela noite da última sexta-feira (08/02). Portando faixas e bandeiras, os manifestantes fizeram panfletagem em um dos principais corredores de trânsito de Fortaleza. “Conversando com a população, explicamos que os jornais lucram muito e pagam pouco aos jornalistas. Ao saberem que 70% dos profissionais do jornal O Povo ganham um piso salarial inferior a três salários mínimos, a reação das pessoas era de espanto”, conta a presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce), Samira de Castro.

Atualmente, o piso salarial dos jornalistas do Ceará (R$ 1.486,89) é inferior a três salários mínimos, o que incluiu os profissionais nas categorias consideradas de baixa renda, ou seja, aquelas em que os trabalhadores ganham menos de cinco salários mínimos. “Se não reagirmos às investidas patronais, daqui a pouco os jornalistas estarão ganhando salário mínimo ou pagando para trabalhar”, alerta o diretor executivo do Sindjorce, Evilázio Bezerra, repórter-fotográfico do jornal O Povo.

A insatisfação nas redações dos jornais de Fortaleza é tamanha que os jornalistas do O Povo e Diário do Nordeste fizeram abaixo-assinados exigindo um reajuste salarial decente. Já os profissionais do O Estado chegaram a parar o jornal para protestar contra a postura patronal na mesa de negociação. “Já paramos o jornal O Estado. Agora foi O Povo. Se os jornais não mudarem de postura, continuaremos paralisando as redações até seremos ouvidos e respeitados”, avisa Evilázio Bezerra.
Fonte: Sindicato dos Jornalistas no Ceará