Giovanna Chirri foi das poucas repórteres que ouviram a declaração de renúncia do Papa Bento XVI, mas foi a primeira a noticiar o fato. Como ela sabe latim, protagonizou um "furo" mundial ao dar uma notícia que nunca ninguém deu. Ela que trabalha para a agência italiana Ansa, foi a primeira a noticiar a renúncia de Bento XVI. Giovanna foi uma das poucas repórteres que ouviram o Papa a falar em latim em uma cerimônia aparentemente normal.
"Ele continuava a falar em latim e, a certa altura, disse que tinha notícias importantes para o futuro da Igreja, que ele estava ficando velho", contou a jornalista à agência noticiosa onde trabalha. Foi nesse momento, que Giovanna Chirri prestou mais atenção às palavras de Bento XVI. "Percebi imediatamente que estava anunciando a sua renúncia ao cargo", afirmou.
Depois de Bento XVI, no consistório, tomou a palavra o cardeal Angelo Sodano, que apelidou a intervenção do Papa como um "trovão em céu sereno" e a vaticanista teve a certeza que ouvira e compreendera bem as palavras do Papa. "Comecei a chorar", confessa a jornalista, continuando: "Provavelmente não é muito correto para um repórter, mas foi o que aconteceu."

Giovanna Chirri sabia que tinha de dar a notícia e recorreu ao padre Federico Lombardi, o porta-voz do Vaticano, insistindo com ele para que confirmasse a decisão do Papa. Este não lhe respondeu, contou o diretor de informação da Ansa, Luigi Contu, à AFP.
Mas Giovanna Chirri tinha a certeza do que ouvira e, quando estava passando a informação ao chefe de redação da Ansa, Federico Lombardi confirmou a bombástica informação. A notícia saiu às 11h46, hora local, na segunda-feira, e começou a ser reproduzida pelo mundo inteiro.
Modesta, a protagonista do "furo" mundial afirmou que o latim de Bento XVI "é muito fácil de compreender".
Redação com agências internacionais