Um dos 31 detentos que fugiram no último domingo (3) do Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, cumpria pena pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2002. Claudino dos Santos Coelho, também conhecido como Xuxa ou Russão, integrava a quadrilha do traficante Elias Maluco.
Ele foi condenado pelo 1º Tribunal do Júri a 23 anos e seis meses de cadeia, por homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver, mas ganhou o direito ao regime semiaberto em dezembro de 2008.
Os detentos que fugiram domingo cavaram um túnel que deu acesso à tubulação do esgoto. Quatro detentos foram recapturados. O secretário estadual de Administração Penitenciária, Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, admitiu que houve falha na segurança e que está sendo investigado se algum funcionário do instituto penal colaborou com os detentos.
O Ministério Público e a organização Repórteres Sem Fronteiras criticaram a concessão da liberdade condicional a Xuxa para fazer "visitas periódicas ao lar", devido a bom comportamento e por ter cumprido mais de um sexto da pena. Na ocasião, o promotor Fabiano Rangel Moreira, responsável pelo caso, ressaltou justamente que isso poderia servir como uma oportunidade de fuga para o criminoso.
Ainda de acordo com a Seap, os detentos cumprem pena em regime semiaberto, mas esse grupo não tinha o benefício de deixar o presídio. A Corregedoria está no local ouvindo os funcionários e os presos recapturados. A Secretaria abriu sindicância interna para apurar as circunstâncias da fuga.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio disse que recebeu com indignação a notícia de que Claudino dos Santos Coelho, o “Russão”, está foragido do sistema prisional e que sua fuga acontece em um momento de crescimento da violência contra a imprensa no Brasil.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) informou, em nota, que recebe a notícia da fuga de “Russão” como um escárnio, já que a morte de Tim Lopes foi dolorosa para a imprensa e toda a sociedade. O Presidente da ABI, Maurício Azedo, afirmou que os autores do crime não poderiam de maneira alguma ter facilidade de escapar da condenação.
Redação com Agências de Notícias