O general-de-exército Cláudio Barbosa de Figueiredo foi recebido, na noite de ontem (02), na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) para proferir a palestra: “A Amazônia que os brasileiros desconhecem”. O evento atraiu uma grande platéia. O arquiteto Oscar Niemeyer foi um dos que compareceram para ouvir o general.
Para Figueiredo, as denúncias da imprensa mundial sobre o desmatamento camuflam os interesses de outros países em promover a internacionalização da Amazônia.
O general destacou que a Amazônia não tem solo fértil — seu subsolo, no entanto, concentra os minerais mais importantes para a vida moderna. "A Reserva dos Seis Lagos tem a presença do nióbio, muito utilizado na indústria da aviação. Na região da Reserva de Roosevelt estão as jazidas de diamantes a apenas dez metros de profundidade. Na Ásia e na África, as jazidas estão a mais de cem metros", destacou Figueiredo.
Internacionalização
"Alguns dizem que a internacionalização está na cabeça de nacionalistas xenófobos, mas sabemos que a cobiça exterior é antiga. No império de D. Pedro II, o Chefe do Observatório Naval de Washington, Matthew Maury, já defendia a tese de livre navegação no Rio Amazonas", afirmou o palestrante.
O general recordou outros grandes nomes que também defendem a internacionalização da Amazônia, como Margaret Tatcher, Al Gore, Mikhail Gorbachev e Madeleine Albright. Ele recordou uma fala de Pascal Lamy, Presidente da Organização Mundial do Comércio, que disse que as florestas devem ser bens públicos mundiais.
Entre outros problemas enfrentados na Amazônia, o general apontou a instabilidade dos países vizinhos, como a Colômbia, que enfrenta a guerrilha promovida pela forças revolucionárias e o crime organizado. Há também a questão indígena, que envolve a integração social das tribos, além da expansão territorial, que corresponde a 12,8% do território nacional, e a exploração das riquezas naturais.
"Sabemos que as ONGs têm repercussão favorável na imprensa, caráter humanitário e preenche as lacunas deixadas pelo Estado. Mas é preciso atentar para a atuação de algumas", alertou o general.
Segundo ele, o número de estrangeiros na região é cada vez mais crescente, com destaque para a presença de pesquisadores norte-americanos e europeus e de mão-de-obra boliviana, colombiana e peruana.
O general destacou que a ausência do Estado permite a destruição do patrimônio e a presença de organizações internacionais.
Três Ameaças
Para o palestrante, há três ameaças principais para a Amazônia: a internacionalização, a ação dos crimes transnacionais e a perturbação da ordem pública.
Fonte: ABI