Não deu. A categoria foi obrigada a acatar os 8% de reposição salarial no Sergipe. O Sindicato dos Jornalistas tentou, até a última instância. Os jornalistas buscaram insistentemente a negociação com a classe patronal, fizeram inúmeras propostas, pediram auxílio da Delegacia Regional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, mas não teve jeito.
"Conservadores, mesquinhos e intransigentes, os patrões não quiseram ouvir, não quiseram sequer negociar com a categoria. De forma brava e corajosa, os jornalistas buscaram o dissídio coletivo pela primeira vez na história da classe, mas os patrões, covardes e com medo da derrota e da mudança da data-base, fugiram de debater o pior salário de jornalistas do Brasil", desabafou o presidente da entidade sergipana, Cristian Góes.
Devido a Emenda Constitucional 45 (reforma do Judiciário), que condicionou o ingresso de um dissídio coletivo junto ao Tribunal Regional do Trabalho à concordância de trabalhadores e patrões, os jornalistas foram impedidos de buscar a Justiça por falta da ação da classe patronal.
Diante desse quadro jurídico, no dia 25 de abril, no auditório da CUT/SE, os jornalistas decidiram, por maioria, que a categoria estava sendo obrigada a aceitar a humilhante reposição de 8% retroativos a 1º de janeiro de 2005. Assim o piso para um jornalista iniciante e para cinco horas passou a ser de R$ 684,36. A diferença retroativa pode ser paga até junho.
A categoria decidiu que o Sindicato dos Jornalistas continue agindo firme na busca pela valorização da profissão, voltando a negociar já em maio com a classe patronal num novo reajuste em função do aumento do salário mínimo e denunciando em todas as instâncias judiciais e públicas os flagrantes desrespeitos a elementares direitos trabalhistas dos jornalistas sergipanos.
A luta só começou
"Alguém até pode ter pensado: "eles não têm jeito, vão receber os 8% e fica por isso mesmo". Quem pensou assim está completamente enganado. A luta não acabou, pelo contrário, vai começar é agora", avisa a direção do Sindicato sergipano.