A Justiça de Goiânia (GO) determinou a busca e apreensão do recém lançado livro “Na toca dos leões”, do jornalista e escritor Fernando Morais. Segundo informações do site Consultor Jurídico, a decisão foi solicitada pelo deputado federal Ronaldo Caiado, fundador da União Democrática Ruralista (UDR), que se sentiu injuriado com a obra literária.

Além de determinar a busca e apreensão de todos os exemplares do livro na Editora Planeta, “autorizando, desde já, o arrombamento de prédios e o reforço policial, caso necessários”, o juiz Jeová Sardinha Moraes proibiu, também em regime liminar, Fernando Morais, Gabriel Zelmeister e a Editora Planeta do Brasil Ltda de divulgarem comentários acerca do texto imputado de calunioso, em qualquer órgão de imprensa, sob pena do pagamento de multa imposto a cada um, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por cada ato publicitário.
"Na toca dos leões", de 487 páginas, acabou de chegar às principais livrarias do país. A publicação que também é oferecida para venda pela Internet, a um custo aproximado de R$ 45,00, fala da W/Brasil, premiada agência de propaganda, e da vida de seus fundadores: Washington Olivetto, Javier Llussá Ciuret e Gabriel Zellmeister.
Na ação movida pelo deputado e ex-candidato à Presidência da República, Ronaldo Ramos Caiado, ele cita o trecho do livro que considerou injurioso:
“.......Logo depois que o filme do Vulcabrás começou a ser exibido, jornalistas perguntaram a Washington se ele toparia repetir o anúncio com outros candidatos a Presidência. Ele respondeu com uma piadinha de publicitário:
-Só não dá pra fazer para o Ronaldo Caiado, porque a Vulcabrás não fabrica Botinas.
Era uma provocação ao candidato do PSD, também presidente da UDR - União Democrática Ruralista, organização que arregimentava fazendeiros de todo o Brasil contra os defensores da reforma agrária. Se a W/Brasil não se interessava por Caiado, no entanto a recíproca não era verdadeira. Logo depois de Maluf, foi ele quem apareceu na agência em busca de ajuda. Chegou acompanhado de uma dúzia de agroboys, como eram chamados seus seguidores e foi recebido por Gabriel e Washington. Mas a conversa durou pouco, segundo Gabriel:
-O cara era muito louco. Contou que era médico e tinha a solução para o maior problema do país, "a superpopulação dos estratos sociais inferiores, os nordestinos". Segundo seu plano, esse problema desapareceria com a adição a água potável de um remédio que esterilizava as mulheres....."
Segundo a matéria do jornalista Claudio Julio Tognolli, do site Consultor Jurídico, o escritor Fernando Morais, que está viajando, ainda não foi citado judicialmente, nem seu advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, que informou que irá recorrer da determinação quando o autor do livro for citado. A Editora Planeta só dispunha de dois exemplares guardados na sua sede.