Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o patronato joga duro na exploração dos jornalistas. Mesmo com diversos indicadores econômicos apontando que "2004 foi um dos melhores anos de suas vidas", os empresários de comunicação - em especial os de Rádio e TV - não abrem mão de sua postura histórica: desrespeito à legislação trabalhista, pressões sobre os jornalistas, aplicação de jornadas excessivas, censuras, condições de trabalho precárias e arrocho salarial.

A aplicação de velhos métodos na relação do trabalho X capital é a regra, mesmo num período de evolução técnico-científica. É o que se pode perceber na abordagem de algumas das diversas campanhas salariais em curso no país.

Patrões de Rádio e TV prosseguem intransigentes

Em nova rodada de negociação realizada no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, no dia 13 de abril, os representantes do Sindicato patronal de Rádio e TV não apresentaram nova proposta aos jornalistas. O assessor econômico do TRT e mediador, Pedro Jorge de Oliveira, informou que fará seu relatório e o entregará ao juiz Pedro Paulo Manus, que deve convocar nova rodada para fazer a sua proposta de conciliação.

As negociações entre os jornalistas e os empresários de Rádio e TV arrastam-se desde 11 de setembro passado. Em mais de 10 rodadas de negociação, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo já apresentou cinco propostas diferentes, que esbarraram na intransigência patronal.

Empresários de Sergipe não se envergonham de manter o menor piso de jornalistas do país

Na última segunda-feira, dia 18, às 9 horas, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Sergipe, José Cristian Góes, falou sobre a real situação dos profissionais que trabalham em Sergipe, em sessão especial na Câmara Municipal de Aracaju. O Sindjor/SE convocou assembléia da categoria para o dia 25, próxima segunda-feira, às 19h, para análise do resultado de uma negociação realizada semana passada no Ministério Público do Trabalho.

Na pauta da assembléia estão a proposta de reajuste de 10,6% - o que eleva o piso para R$ 700,00, a fórmula do pagamento do retroativo a 1º de janeiro de 2005, e a constituição de comissão de fiscalização dos direitos trabalhistas.

Minas Gerais: donos de Rádio e TV não fecham acordo com jornalistas

Prossegue sem acordo a Campanha Salarial dos jornalistas de Minas Gerais com as empresas de Rádio e TV. Diante de uma proposta rebaixada do Sindicato patronal, o SJPMG apresentou uma contraproposta com reajuste de 6% e unificação do piso salarial, com faixas de acordo com o número de jornalistas por empresa e modificações no sistema de pagamento e compensação de horas extras, que não foi aceita.

Desde ontem, os jornalistas de rádio e televisão estão em assembléias, a serem realizadas nas redações dos veículos e, no dia 26, na Casa do Jornalista. Nova rodada de negociação com os patrões está marcada para o dia 27 de abril.