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05/04/2005
Veja x ABIN: ameaça a Pinóquio
 

Pinóquio está ameaçado e pode até perder a posição de maior mentiroso do mundo. A revista Veja, de 16 de março de 2005, publicou matéria cujo teor imputava à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a autoria de um documento que tratava de uma suposta doação, no valor de U$5 milhões, feita pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), para a campanha eleitoral de candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2002. A Abin negou categoricamente a produção de documento sobre o assunto, que foi considerado um "boato escrito".

Na edição de 06 de abril, que está nas bancas, Veja requentou o assunto e afirmou que  "A versão da Abin, de que ouviu apenas um "boato" e nem lhe deu importância, já foi desmentida". A Agência negou que tenha sido desmentida e divulgou um comunicado à imprensa, onde comenta vários pontos da matéria.

Uma coisa é mais do que certa: alguém está mentindo para a população brasileira, e muito. Veja abaixo a íntegra do comunicado que a ABIN fez à Imprensa:

 COMENTANDO A NOTÍCIA

 

Revista VEJA (edição 1899)
06 ABR 05

AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA

Brasil
Os microfones vão ser ligados
Congresso aprova convocação de três envolvidos no caso Farc-PT


Na semana passada, a comissão do Congresso encarregada de fiscalizar o setor de inteligência do governo resolveu entrar no caso Farc-PT. Há quatro semanas, o comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vem garantindo que jamais investigou a suspeita de que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) teriam dado 5 milhões de dólares à campanha eleitoral do PT em 2002. A versão da Abin, de que ouviu apenas um "boato" e nem lhe deu importância, já foi desmentida

 

 

 

- A ABIN NÃO FOI DESMENTIDA, A ABIN PROVOU TÉCNICAMENTE QUE OS DOCUMENTOS EXIBIDOS NÃO FORAM PRODUZIDOS PELA AGÊNCIA.

 

por um ex-agente da agência, o coronel Eduardo Ferreira, que trabalhou sete anos na Abin e esteve envolvido com a investigação. Também foi desmentida por um espião da agência que trabalha infiltrado no movimento sindical em Brasília. O espião contou que elaborou dois relatos sobre o caso. O coronel Ferreira, por sua vez, conta que a investigação da Abin durou mais de um ano, gerou dezenas de relatórios, gravações de áudio e vídeo. O coronel vai mais longe: diz que os investigadores

 

 

- NA ABIN NÃO EXISTE FOTO E/OU GRAVAÇÕES DE ÁUDIO E VÍDEO SOBRE OS FATOS ALEGADOS.

encontraram três ordens de pagamento com indícios de que 1 milhão de dólares teriam de fato entrado no Brasil.

Na quinta-feira passada, a comissão do Congresso decidiu convocar o coronel e o espião. Os membros da comissão também querem ouvir José Milton Campana, que hoje ocupa o cargo de diretor adjunto da Abin e, na época, se envolveu com a investigação dos supostos laços financeiros entre as Farc e o PT. Os relatórios do caso eram digitados no gabinete de Campana e, dali, remetidos à então diretora-geral, Marisa Del"Isola.

- A AFIRMATIVA DE QUE "ENCONTRARAM TRÊS ORDENS DE PAGAMENTO" É FALACIOSA. A ABIN NÃO TEM CONHECIMENTO DESSES DOCUMENTOS.

 

 

 

Na surdina, a Abin faz uma sindicância interna para descobrir quem, de dentro do órgão, passou as informações que vieram a público.

- FOI INSTAURADA SINDICÂNCIA PARA APURAR O POSSÍVEL VAZAMENTO DO CONTEÚDO DO DOCUMENTO 95 DE ABRIL DE 2002, ÚNICO EXISTENTE NA ABIN, QUE VERSA SOBRE O ASSUNTO VEICULADO.

No rastro da sindicância, Campana, um dos suspeitos do vazamento, foi posto na geladeira: está informalmente afastado do comando da diretoria adjunta.

- AO CONTRÁRIO DO QUE DIZ A MATÉRIA, O DIRETOR-GERAL ADJUNTO CONTINUA EM SUA FUNÇÃO E TEM O RESPEITO E A CONFIANÇA DO DIRETOR GERAL.

Seu depoimento à comissão é aguardado com ansiedade. Dos três convocados, Campana é o único que ainda não falou sobre o assunto. A um amigo, ele comentou que apenas cumpriu seu dever funcional. Disse que recebeu ordem superior para tocar as investigações sobre a suposta conexão financeira Farc-PT. O presidente Lula, durante viagem à Venezuela na semana passada, abordou o tema em público pela primeira vez. Disse que as denúncias são "antigas", pois surgiram na campanha de 2002, e nunca foram "levadas a sério" pelos petistas. Lula incorreu numa imprecisão. Por sua gravidade, uma denúncia de algo que ocorreu em 2002 não pode ser descrita como "antiga". Foi ontem. O assunto voltou à baila em uma reportagem publicada por VEJA há três semanas. Ali não se acusou o PT de ter recebido dinheiro das Farc. Até hoje, não se sabe se isso ocorreu. O que VEJA publicou, e a Abin insiste em negar, é outra coisa: é o fato de que a suspeita de um ducto financeiro Farc-PT foi exaustivamente investigada e há vários documentos sobre o caso arquivados na Abin. A Abin nega, mas não abre os arquivos. Os três depoimentos à comissão do Congresso devem ajudar a esclarecer a questão. Pena que vão demorar. Antes, o presidente da comissão, o senador Cristovam Buarque, quer aprovar um regimento interno. O estatuto dirá como e em que condições a comissão pode ouvir o espião, que quer manter sua identidade sob anonimato e, para isso, pediu para depor fora do Congresso. "Como está, fica tudo nas minhas costas", reclama Buarque. O senador Demostenes Torres, do PFL de Goiás, teme que a discussão sobre o regimento sirva só para adiar os depoimentos. "Para ouvir a versão do governo e tentar dar o caso por encerrado, ninguém precisou de regimento", diz ele. Cristovam Buarque garante que não se trata disso. Tomara que não.

Policarpo Junior

 

 

 

- REITERE-SE QUE O DOCUMENTO 95 DE ABRIL DE 2002, É O ÚNICO EXISTENTE NA ABIN, QUE VERSA SOBRE ASSUNTO VEICULADO.
PORTANTO, NO INTUITO DE PROVAR TECNICAMENTE QUE O DOCUMENTO DIVULGADO NÃO FOI PRODUZIDO PELA AGENCIA, A ABIN DESCLASSIFICOU O CONTEÚDO DO RELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA ORIGINAL PARA APRESENTAÇÃO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NO CONGRESSO.

DEVIDO AO CARÁTER SIGILOSO DAS AÇÕES DE INTELIGÊNCIA, A ABIN COLOCOU-SE A DISPOSIÇÃO DA COMISSÃO DE CONTROLE DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA DO CONGRESSO NACIONAL PARA, EM FÓRUM RESTRITO, DETALHAR E RESPONDER A QUESTIONAMENTOS DE SEUS MEMBROS SOBRE O ASSUNTO EM QUESTÃO OU A QUAISQUER OUTROS DEFINIDOS COMO DE INTERESSE PARA ELUCIDAR OS FATOS.PORTANTO, NÃO PROCEDE A AFIRMATIVA QUE "A ABIN NEGA, MAS NÃO ABRE OS ARQUIVOS".

Assessoria de Comunicação Social e Cerimonial

acom@abin.gov.br // tel.: (61) 445-8115

 

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