A Editora Três, o Grupo de Comunicação Três S/A e o jornalista João Paulo
Nucci foram condenados a reparar o ex-presidente da Transbrasil, Antônio Celso
Cipriani, em cerca de R$ 52 mil por danos morais causados por reportagem da Isto
É, publicada em 2002.
Intitulada “Vôo Cego”, a notícia comparou Cipriani a Bin Laden. Também o
acusou de quebrar a empresa aérea e, com isso, acumular fortuna de US$ 300
milhões. A decisão é do juiz Carlos Alberto de Campos Mendes Pereira, da 1ª Vara
Cível de São Paulo e dela ainda cabe recurso.
Argumentos
A revista alegou que a notícia é de interesse público e que a quebra da
Transbrasil foi assunto em diversos veículos de comunicação. Afirmou que a
presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, mencionara a
pretensão de intervenção federal, auditoria fiscal e financeira nas contas da
empresa, nos bens da família Fontana (fundadora da empresa) e de Cipriani.
Argumentou, ainda, que a imprensa publicou que o empresário é investigado
pelo Ministério Público, o que demonstraria que não abusou do seu direito de
informar. Afirmou que apenas exerceu o direito de levar ao público aquilo que
era de interesse, da melhor forma possível.
Quanto à comparação feita entre Cipriani e Bin Laden, a defesa da revista
afirmou que ela foi feita de “forma jocosa, em virtude das repercussões” do
atentado às torres gêmeas do World Trade Center.
Fonte: Revista Consultor Jurídico