Entrevistar o advogado João Roberto Piza Fontes, em pleno dia de seu aniversário, não é missão fácil. O telefone não pára de tocar. A secretária teve que interromper inúmeras vezes nosso bate-papo, devido à insistência e importância das pessoas que ligaram durante nossa entrevista. Foi possível perceber que as ligações partiam da elite do judiciário brasileiro. Motivos para parabéns, de fato, não faltam.
Entre parabéns vindos de todo lado, nossa entrevista tentava prosseguir. Perguntado sobre seu currículo, ele responde: Meu currículo? Sou apenas um advogado! . Uma resposta que só demonstra a sua humildade, mas não revela que o advogado de 48 anos de idade e 25 de profissão, formou-se pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco e Fundação Getúlio Vargas, onde concluiu o curso de administração pública. Muito menos, que presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil – SP, no triênio 1991-1993.
Um currículo no qual acaba de ser registrado a sua entrada para a história do jornalismo brasileiro. Para quem não sabe, é de autoria do advogado João Roberto e equipe de advogados associados a tese que demoliu a sentença e a antecipação de tutela que suspendiam a exigência do diploma, para o exercício profissional do jornalismo no país. Um feito que muitos duvidavam que fosse possível de ser realizado, pelo menos neste momento.
Depois de uma pausa para saborear um delicioso pedaço de bolo, nossa entrevista tenta continuar. Continuamos no nosso chato papel. Porém redobramos o cuidado para não atrapalhar a festa, do advogado que retirou o bode da nossa profissão. Apesar do clima festivo engatamos uma pergunta sobre a situação dos que conseguiram um título precário de jornalista, durante a vigência da sentença da juíza Rister. O Ministério do Trabalho deve ser guardião da lei e estamos no aguardo de suas providências , alerta o advogado, que agora começa a receber os telefonemas de parabéns das organizações dos jornalistas brasileiros.
O Jornalista não poderia ficar de fora desta festa e, nosso verdadeiro objetivo acabou sendo revelado: nossa entrevista foi de fato um grande pretexto, para apresentarmos nossos parabéns a este simples advogado , que faz parte da história e luta dos jornalistas brasileiros.
Conheça um pouco do pensamento do nosso entrevistado:
"A história já nos cansou de demonstrar que o jornalismo produzido por pessoa inepta pode causar sérios e irreparáveis danos a terceiros."
"O jornalismo, por todos os veículos de comunicação, influencia tomadas de decisões pelos seus receptores e, uma vez veiculada de forma equivocada por qualquer cidadão, sem aptidão técnica e até mesmo ética, pode gerar desordens sociais, contrariando inclusive a sua própria função social."